Os projetos de concessões em infraestrutura previstos para 2025 prometem transformar o setor logístico brasileiro. O governo federal, por meio de iniciativas coordenadas pelos ministérios responsáveis, pretende captar mais de R$ 100 bilhões em investimentos, abrangendo rodovias, portos, aeroportos e ferrovias. Este plano de modernização, no entanto, enfrenta desafios impostos pelo cenário econômico global.
Perspectivas e estratégias para rodovias
No segmento rodoviário, o Ministério dos Transportes planeja executar 15 concessões, divididas entre repactuações e novos leilões. O modelo de repactuação surge como alternativa para resolver problemas de contratos antigos e paralisados. Além disso, novos trechos serão leiloados, como o da BR-364 em Rondônia e a Ponte Internacional São Borja-Santo Tomé, na fronteira com a Argentina.
Esses projetos demandam mais de R$ 60 bilhões em investimentos, e o Tribunal de Contas da União (TCU) já analisa os contratos propostos. Entre os principais projetos em análise estão as concessões de rodovias como BR-163/MS e BR-381/SP-MG, essenciais para escoamento agrícola e mobilidade interestadual.
Avanços nos portos e aeroportos
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) almeja realizar o maior leilão da história no setor portuário: o terminal STS10 no Porto de Santos, com previsão de investimento superior a R$ 4 bilhões. Este terminal deverá dobrar a capacidade do porto, consolidando-o como um dos principais hubs logísticos da América Latina.
No setor aeroportuário, o programa AmpliAR é destaque. A iniciativa foca em modernizar 31 aeroportos regionais em regiões como Amazônia Legal e Nordeste, áreas carentes de infraestrutura aérea. Esses projetos somam R$ 8,54 bilhões e prometem conectar cidades remotas ao restante do país, fomentando o desenvolvimento local.
Desafios econômicos e a influência da taxa de juros
Apesar do otimismo, o contexto macroeconômico pode afetar a execução das concessões. A alta da taxa de juros e a volatilidade cambial têm potencial para desestimular investidores, que demandam taxas de retorno mais atrativas. Especialistas apontam que a matriz de risco precisa ser ajustada para garantir competitividade e viabilidade dos projetos.
Ao mesmo tempo, o setor de concessões, com contratos de até 30 anos, continua atraindo investidores focados no longo prazo. A diversificação de players no mercado brasileiro, incluindo fundos financeiros internacionais, é um indicativo de que o ambiente regulatório amadureceu nos últimos anos.
Concessões ferroviárias em ritmo lento
O setor ferroviário apresenta progresso mais tímido em comparação a outros modais. A lentidão nas repactuações com concessionárias atuais dificulta a elaboração de novos projetos. No entanto, analistas acreditam que ajustes regulatórios podem destravar iniciativas ainda em 2025, considerando o potencial de crescimento do modal ferroviário no Brasil.
FAQ
1. Como os altos juros afetam os projetos de concessões? A alta da taxa de juros aumenta a concorrência entre projetos de infraestrutura e investimentos em ativos financeiros. Isso pode exigir que o governo ofereça taxas de retorno mais atrativas para os investidores.
2. Quais são os principais projetos previstos para 2025? Entre os destaques estão o terminal STS10 no Porto de Santos, a modernização de 31 aeroportos regionais pelo programa AmpliAR e as concessões de trechos rodoviários estratégicos como BR-364/RO.
3. O que são repactuações em contratos de concessão? Repactuações consistem em renegociações de contratos antigos para solucionar problemas e reequilibrar financeiramente os projetos. Após essa etapa, os contratos podem ser ofertados ao mercado, aumentando a transparência e a competitividade.