O Centro-Oeste é uma das áreas mais produtivas do país, mas esbarra em um problema antigo, a dificuldade de escoamento. Enquanto lavouras e indústrias avançam, a infraestrutura de transporte não acompanha o mesmo ritmo. Estradas desgastadas e poucas linhas férreas tornam o trajeto até os portos mais caro e demorado, reduzindo a vantagem competitiva dos estados dessa região.
Especialistas apontam que, se houvesse investimentos robustos em malhas ferroviárias e rodovias bem conservadas, a capacidade de produção poderia crescer em até três vezes. O problema não está na falta de produção, mas sim na dificuldade de levar essa produção até os mercados consumidores.
Rodovias esquecidas nos planos nacionais
Um dos entraves é a ausência de projetos federais que incluam as estradas do Centro-Oeste em programas de concessão. Enquanto outras regiões recebem melhorias, os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás seguem dependendo de vias que, em muitos trechos, estão abaixo do padrão necessário para um fluxo intenso de cargas.
A distância até os portos, principalmente os do Norte e Sudeste, encarece o frete e diminui a margem de lucro dos produtores. Sem alternativas rápidas e baratas, muitos precisam optar por rotas menos eficientes, aumentando custos e prazos.
Ferrovias avançam a passos lentos
As ferrovias surgem como uma alternativa viável para desafogar o transporte de grãos, minérios e outros produtos. No entanto, a expansão da malha ferroviária nacional ainda é lenta. Projetos em discussão há anos demoram a sair do papel, deixando o Centro-Oeste à mercê de um sistema que não atende à demanda atual.
Investimentos privados poderiam acelerar esse processo, mas a burocracia e a falta de definições claras desestimulam parcerias. Enquanto isso, a região perde oportunidades de ampliar sua participação no mercado interno e externo.
O caminho para uma logística eficiente
Para reverter esse cenário, é preciso uma ação coordenada entre governo, iniciativa privada e órgãos reguladores. A inclusão das rodovias do Centro-Oeste em planos de concessão, junto com a aceleração de projetos ferroviários, poderia mudar o jogo.
Além disso, a modernização dos portos do Norte e Nordeste, principais destinos da produção da região, é essencial para reduzir custos. Com uma infraestrutura integrada, o Centro-Oeste teria condições de competir em igualdade com outras áreas do país.
FAQ — Perguntas que os influenciadores do setor estão fazendo
1. Por que a logística ainda depende tanto das rodovias? A região tem uma malha ferroviária limitada, e muitos projetos de expansão enfrentam atrasos. Com poucas opções, o transporte rodoviário acaba sendo a alternativa mais utilizada, mesmo com seus custos elevados.
2. Quais são os principais projetos ferroviários em andamento? Algumas propostas, como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste, estão em fase de estudos, mas ainda sem data certa para execução. A participação da iniciativa privada pode ser decisiva para impulsionar essas obras.
3. Como melhorar a logística sem grandes investimentos imediatos? Uma solução temporária seria a otimização das rotas existentes, com melhor gestão de frotas e parcerias entre produtores e transportadoras. No longo prazo, porém, apenas investimentos em infraestrutura resolverão o problema.