Com o aumento do interesse do setor privado em investir em aeroportos regionais, o Brasil se encontra em um momento importante para fortalecer sua infraestrutura local. Apesar das dificuldades logísticas e financeiras, iniciativas como o programa AmpliAR, do Ministério de Portos e Aeroportos, prometem impulsionar o desenvolvimento de terminais regionais e estimular o transporte aéreo nas regiões mais remotas do país.
A Infraestrutura Aeroportuária atualmente
Atualmente, o Brasil possui 259 aeroportos federais, mas apenas uma pequena parcela concentra a maioria dos passageiros. Segundo dados do setor, 92% do tráfego aéreo do país está restrito a alguns terminais principais, deixando aeroportos regionais subutilizados e, muitas vezes, sem a infraestrutura necessária para operar de forma eficiente.
Problemas como estradas de terra, ausência de usinas de asfalto e falta de mão de obra qualificada afetam diretamente o desempenho desses aeroportos. Esses desafios não são apenas locais, mas também refletem limitações financeiras e operacionais que demandam ações coordenadas entre setor público e privado.
O que é o AmpliAR?
O programa AmpliAR, lançado pelo Ministério de Portos e Aeroportos, é uma iniciativa voltada para modernizar e expandir a infraestrutura aeroportuária brasileira. Em sua primeira etapa, 51 aeroportos serão leiloados, divididos em 11 blocos localizados nas regiões Nordeste e Amazônia Legal. O objetivo é atrair investimentos do setor privado para melhorar a infraestrutura, aumentar a eficiência operacional e atender às demandas locais.
O programa também busca resolver gargalos históricos na aviação regional, como falta de equipamentos modernos, dificuldade de acesso terrestre e baixa demanda de passageiros em regiões remotas. Para isso, o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) é uma das principais fontes de financiamento, garantindo recursos para as obras necessárias.
Investimentos recentes
Em novembro de 2024, uma concessionária celebrou a entrega de obras em sete aeroportos da região Norte, incluindo Manaus–AM, Tefé–AM, Tabatinga–AM, Porto Velho–RO, Boa Vista–RR, Rio Branco–AC e Cruzeiro do Sul–AC. O investimento de R$ 1,4 bilhão busca melhorar a segurança, acessibilidade e conforto para passageiros e operadoras.
Essas melhorias são fundamentais, especialmente em regiões onde as condições geográficas e climáticas tornam o transporte terrestre inviável. Por exemplo, a seca que afeta os rios da Amazônia intensifica a dependência do transporte aéreo, tornando os aeroportos uma infraestrutura essencial para o desenvolvimento socioeconômico.
Desafios para o Setor Privado
A gestão de terminais regionais pelo setor privado apresenta desafios. Em muitos casos, as operações não são rentáveis no curto prazo devido à baixa demanda. Um exemplo é o aeroporto de Manaus, o único entre os sete mencionados que atualmente apresenta resultados positivos.
Além disso, a falta de passageiros é uma preocupação constante. Apesar dos avanços, a renda limitada da população e a ausência de novas companhias aéreas no mercado dificultam o crescimento do setor. Mesmo com investimentos robustos, a previsão é que muitos aeroportos só alcancem um volume melhor de passageiros próximo ao fim dos contratos de concessão.
Importância das agências reguladoras
A valorização das agências reguladoras é um dos pilares para garantir a continuidade e a segurança jurídica dos investimentos no setor. Essas entidades têm um papel fundamental ao assegurar que os programas não sejam afetados por mudanças políticas ou gestões governamentais.
Com diretores qualificados e técnicos altamente especializados, as agências reguladoras contribuem para a confiança do mercado e para a estabilidade necessária aos investidores. Isso permite que projetos de infraestrutura transcendam governos e se tornem verdadeiramente do Estado.
O futuro da aviação regional
As expectativas para o futuro do transporte aéreo regional são positivas, especialmente com iniciativas que buscam expandir rotas nacionais e internacionais. A integração com países vizinhos, como Peru e Bolívia, é uma oportunidade que pode alavancar o setor e aumentar a rentabilidade dos aeroportos regionais.
No entanto, para que isso se torne realidade, é fundamental que o governo e o setor privado trabalhem em conjunto para superar os desafios atuais. Isso inclui investimentos em infraestrutura, capacitação de profissionais locais e o desenvolvimento de políticas que estimulem a competitividade no mercado.
FAQ: Infraestrutura Aeroportuária no Brasil
1. O que é o programa AmpliAR? É uma iniciativa do Ministério de Portos e Aeroportos que busca modernizar e expandir aeroportos regionais por meio de concessões ao setor privado. Em sua primeira etapa, 51 terminais serão leiloados em 11 blocos.
2. Quais são os principais desafios dos aeroportos regionais? Falta de infraestrutura, dificuldade de acesso terrestre, escassez de mão de obra qualificada e baixa demanda de passageiros são os principais desafios enfrentados por esses terminais.
3. Qual é o papel do FNAC no setor? O Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) financia obras de infraestrutura aeroportuária, garantindo recursos para projetos de modernização e expansão.
4. Por que as agências reguladoras são importantes? Elas asseguram a segurança jurídica e a continuidade dos programas de infraestrutura, independente de mudanças políticas, fortalecendo a confiança dos investidores.
5. Como o transporte aéreo impacta regiões remotas? Em regiões como a Amazônia, onde o acesso terrestre e fluvial é limitado, os aeroportos são essenciais para o desenvolvimento econômico e social.