O Paraná segue avançando no processo de concessão de rodovias, consolidando um dos maiores projetos de infraestrutura rodoviária do país. A disputa pelo Lote 3 do Sistema Integrado de Rodovias do Paraná foi vencida pela concessionária CCR S/A, que apresentou uma oferta competitiva para administrar mais de 560 km de rodovias por 30 anos. A concessão, anunciada na B3, envolve compromisso intenso de investimentos, trazendo expectativas de melhorias na malha rodoviária do estado.
Compromissos da concessão
A CCR S/A comprometeu-se a investir R$ 16 bilhões ao longo do contrato, valor destinado a melhorias estruturais e à segurança das rodovias. Entre os projetos previstos estão:
- Duplicação de 132 km;
- Construção de 25 km de faixas adicionais;
- Instalação de 22 passarelas para pedestres;
- 24 km de ciclovias;
- Dois pontos de parada para motoristas profissionais.
As obras contemplam importantes rodovias, como as federais BR-369, BR-373 e BR-376, além das estaduais PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090. Essas vias conectam 22 municípios e representam grande importância na ligação do norte paranaense ao Porto de Paranaguá, no litoral.
Disputa e regras do leilão na B3
A licitação do Lote 3 ocorreu de forma acirrada. Na abertura dos envelopes, a CCR S/A ocupava inicialmente a terceira posição, mas a regra que permite lances subsequentes com variação mínima de 0,1% alterou o cenário. Após nove rodadas de ofertas ao vivo, a CCR superou as concorrentes, oferecendo um desconto de 26,6% na tarifa básica de pedágio.
As demais empresas participantes, Infra BR V Missouri Holding S/A e Consórcio Infraestrutura PR, finalizaram com propostas de 26,50% e 25,90%, respectivamente. Essa competitividade reflete a atratividade dos lotes rodoviários paranaenses no mercado de concessões.
Histórico da CCR no Paraná
Não é a primeira vez que a CCR atua no estado. Durante 24 anos, a empresa administrou importantes rodovias, como trechos da BR-277, BR-376, PR-151 e BR-373. O término dessas concessões, em 2021, gerou um hiato na administração privada das rodovias. Nesse período, a gestão foi assumida pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Além disso, a CCR opera atualmente quatro aeroportos no Paraná: Afonso Pena, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina. Essa experiência diversificada posiciona a empresa como um dos principais players no setor de infraestrutura.
Divisão dos Lotes e andamento das concessões
O Sistema Integrado de Rodovias do Paraná foi organizado em seis lotes, com características e demandas distintas:
- Lote 1: Sob responsabilidade da Via Araucária, cobre 473 km com pedágios ativos desde março.
- Lote 2: Administrado pelo grupo EPR Litoral Pioneiro, abrange mais de 600 km e inclui rodovias como BR-153 e PR-092.
- Lote 3: Recém-leiloado para a CCR S/A, com início das operações previsto para 2025.
- Lote 4: O leilão está programado para junho de 2025.
Cada lote é projetado para atender demandas regionais específicas, otimizando investimentos e a qualidade dos serviços prestados.
Perspectivas das Rodovias no Paraná
A concessão do Lote 3 é mais um passo no fortalecimento da infraestrutura paranaense, com impactos que vão além da melhoria das estradas. A duplicação e modernização dos trechos beneficiarão o escoamento agrícola e industrial, além de impulsionar o turismo, especialmente com o acesso ao Porto de Paranaguá.
Ainda assim, desafios permanecem. É crucial garantir a execução integral dos investimentos previstos e manter o equilíbrio entre tarifas justas e a qualidade dos serviços.
FAQ
1. Quais rodovias estão incluídas no Lote 3 da concessão? O Lote 3 abrange 569 quilômetros das rodovias BR-369, BR-373, BR-376, PR-170, PR-323, PR-445 e PR-090.
2. Qual é o valor dos investimentos previstos pela CCR? A CCR investirá R$ 16 bilhões ao longo de 30 anos, com foco em duplicações, ciclovias, passarelas e faixas adicionais.
3. Quando as tarifas de pedágio começarão a ser cobradas? As tarifas serão aplicadas após a CCR assumir a administração das rodovias, prevista para 2025.