A ativação do 5G em todos os municípios brasileiros, anunciada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), marca um marco tecnológico para o país. O feito, alcançado 14 meses antes do prazo, fortalece a infraestrutura nacional e catalisa o desenvolvimento socioeconômico. A iniciativa, liderada pela Anatel em parceria com a EAF (Entidade Administradora da Faixa), envolveu desafios técnicos e logísticos, mas promete transformar a conectividade em todos os níveis.
A limpeza da faixa
Para permitir o funcionamento pleno do 5G, foi necessário liberar a faixa de 3,5 GHz, até então utilizada para o sinal de televisão via antenas parabólicas. Essa limpeza foi um processo complexo que envolveu a migração do sinal das parabólicas da banda C para a banda KU. Mais de 5 milhões de kits com filtros foram instalados em domicílios, e 1.400 estações de radiodifusão foram realocadas.
Além de possibilitar a ativação do 5G, o processo garantiu que a população continuasse acessando a televisão aberta, evitando interferências no sinal. O trabalho foi concluído com a antecipação das metas de cobertura das operadoras, que já cumpriram 100% dos objetivos estabelecidos para 2024 e avançaram em 70% das metas previstas para 2025.
Impacto econômico e tecnológico
A chegada do 5G é um divisor de águas, pois sua infraestrutura tem impacto direto na produtividade, eficiência e competitividade em setores diversos. Com velocidades médias de 300 megabits por segundo, o 5G viabiliza a automação, o uso de inteligência artificial e a ampliação da Internet das Coisas (IoT).
Especialistas apontam que, para aproveitar todo o potencial da tecnologia, os municípios precisam atualizar suas leis de antenas. Regulamentações antigas podem gerar gargalos na expansão da infraestrutura, atrasando o acesso ao serviço em regiões específicas.
Obstáculos superados
Durante a limpeza da faixa, foram enfrentados desafios logísticos, como a importação de equipamentos durante a pandemia e a necessidade de atender milhões de domicílios espalhados pelo Brasil. Com um orçamento de R$ 3,5 bilhões, a EAF liderou o esforço em conjunto com a Anatel, mostrando uma gestão eficaz diante de obstáculos significativos.
A última etapa da operação concentrou-se na Bahia, onde 190 municípios receberam a instalação dos filtros necessários. Esse avanço, aliado à implementação da infraestrutura pelas operadoras, já permite que 770 cidades brasileiras contem com o sinal do 5G, atingindo 35 milhões de usuários.
Cronograma e expectativas
O cronograma oficial para a implementação do 5G segue até 2029, com prazos específicos para municípios de diferentes portes populacionais. As operadoras devem finalizar a implantação em cidades com população superior a 500 mil habitantes até julho de 2025, enquanto localidades menores terão prazos mais longos.
Essa antecipação representa uma oportunidade para o Brasil se destacar no cenário global em termos de inovação tecnológica e modernização das telecomunicações.
FAQ
1. O que é necessário para que o 5G funcione em uma cidade?
A instalação do 5G exige a limpeza da faixa de 3,5 GHz, a regulamentação de leis locais sobre antenas e a implantação de infraestrutura pelas operadoras.
2. Por que a limpeza da faixa foi necessária?
A faixa de 3,5 GHz era utilizada por antenas parabólicas. Para liberar o espaço, foi necessário migrar o sinal da banda C para a banda KU, garantindo que a TV aberta não sofresse interferências.
3. Como o 5G beneficia o Brasil?
A tecnologia melhora a velocidade da conexão, viabiliza a automação em indústrias, fomenta a IoT e promove o desenvolvimento econômico e tecnológico em diferentes setores.