A base de uma obra de infraestrutura consiste em um sistema de controle numérico responsável por evitar prejuízos, gargalos e paralisações. A gestão de riscos em projetos de infraestrutura exige mais que cronogramas físicos e medições de progresso, demanda atenção criteriosa às variáveis contábeis desde o primeiro levantamento de viabilidade até o encerramento contratual.
A ausência de um mapeamento de riscos contábeis costuma resultar em estouros orçamentários e perdas que não aparecem no canteiro, mas comprometem o resultado. E esse tipo de erro, infelizmente, ainda é comum em obras públicas e privadas no Brasil.
Custo do erro contábil
Segundo o IPEA- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 60% dos grandes empreendimentos públicos de infraestrutura sofrem algum tipo de interrupção ou reajuste orçamentário não previsto. Dentre os principais motivos estão o subdimensionamento de custos indiretos e a má avaliação tributária.
Nesse cenário, a presença de uma consultoria contábil especializada é um elemento técnico de primeira necessidade. Tratando-se mais do que evitar autuações fiscais ou lidar com a complexidade tributária do setor, mas de antecipar riscos que não estão nos gráficos de Gantt nem nos memoriais descritivos.
Risco contábil não é invisível
Dentro da gestão de riscos em infraestrutura, os erros contábeis podem ser classificados em três grandes eixos: tributário, contratual e documental. No tributário, destaca-se a fragilidade no enquadramento correto de retenções e benefícios fiscais. No contratual, o despreparo técnico na avaliação de cláusulas que envolvem reajustes e sinistros. Já no documental, a ausência de um sistema de controle que correlacione notas fiscais, medições e cronogramas físicos.
Esses eixos raramente são tratados com profundidade por equipes de engenharia ou jurídicas isoladamente. Daí a importância de se considerar a contabilidade como área técnica essencial dentro dos projetos, e não como apoio administrativo.
A engenharia dos dados
Com a digitalização dos processos contábeis e a integração com plataformas de Business Intelligence, o acompanhamento em tempo real da gestão de riscos em projetos de infraestrutura já é realidade em obras mais bem monitoradas. O cruzamento de dados fiscais, financeiros e operacionais permite visualizar alertas precoces, como aumento de custo unitário por fornecedor, inconsistência de medições com notas fiscais e perdas tributárias recorrentes por falhas de enquadramento.
Esse tipo de análise deixa de lado o improviso e aposta na previsibilidade. Ao usar os dados contábeis como ferramenta de decisão, o gestor evita problemas futuros e fortalece a governança do projeto.
O valor do que não aparece na obra
Apesar de muitas vezes invisível para o investidor leigo, a contabilidade é responsável por dar respaldo técnico a decisões que influenciam diretamente o cronograma e o orçamento. A escolha de um regime tributário adequado pode representar milhões em saldo positivo. Da mesma forma, uma auditoria contratual preventiva evita disputas que levariam anos na justiça.
A gestão de riscos em projetos de infraestrutura não pode ser reduzida a seguros e planos de contingência. Ela exige uma leitura ativa das finanças, com profissionais que conhecem tanto os códigos contábeis quanto o funcionamento prático das licitações, concessões e parcerias público-privadas.
Contratos e riscos jurídicos
Outro ponto crítico é o risco jurídico derivado de falhas na gestão contábil. Um contrato mal estruturado ou um aditivo irregular pode gerar glosas, multas e até a suspensão de repasses públicos. E tudo isso pode ser evitado com uma atuação integrada entre contabilidade, engenharia e jurídico.
A alocação de risco precisa ser traduzida em linguagem contábil clara, permitindo que os responsáveis financeiros do projeto saibam exatamente quais compromissos estão assumindo, em que prazo e com que margem de segurança.
Quando o contador é parte da engenharia
Já não cabe mais pensar em projetos de infraestrutura sem uma abordagem técnica da contabilidade. O profissional contábil que atua nesse segmento precisa dominar muito mais do que planilhas, deve entender a fundo o modelo de negócio da obra, o ciclo de execução e a dinâmica das contratações públicas e privadas.
É essa leitura completa que permite construir uma gestão sólida, com rastreabilidade de despesas, equilíbrio fiscal e, acima de tudo, capacidade de resposta rápida a qualquer desvio ou anomalia no caminho.
FAQ – técnico para gestores de infraestrutura
1 – Por que os riscos contábeis costumam ser negligenciados em projetos de infraestrutura? Muitas vezes, os riscos contábeis são vistos como burocráticos ou periféricos, quando na verdade eles influenciam diretamente a execução física da obra. Essa visão limitada ocorre por falta de integração entre áreas técnicas e financeiras.
2 – Qual a diferença entre risco tributário e risco contratual em obras? O risco tributário envolve o enquadramento fiscal, aproveitamento de créditos e obrigações acessórias. Já o risco contratual refere-se à redação e execução dos termos contratuais, que podem acarretar glosas, reajustes indevidos ou judicialização.
3 – Como a contabilidade pode prevenir paralisações de obras? A contabilidade especializada atua no monitoramento de despesas, emissão correta de documentos, análise de fluxos e consistência fiscal. Isso previne inconsistências que poderiam levar à suspensão de pagamentos ou à judicialização da obra.
O valor contábil real
Projetos bem executados exigem precisão nos números e preparo técnico para lidar com imprevistos, mas podem colocar em risco todo o investimento. Para isso, a atuação contábil é uma das engrenagens mais importantes, e menos visíveis do setor.
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