Há tempos deixamos de formar líderes.
É pertinente iniciar este texto com a máxima: “Tempos difíceis formam homens fortes. Homens fortes criam tempos fáceis, e tempos fáceis criam homens fracos e homens fracos criam tempos difíceis. ”
Em um Brasil que apresenta necessidades e perspectiva de crescimento econômico, a excelência na execução de projetos, tanto pelas empresas estatais quanto privadas, torna-se urgente e necessária. Agilidade e eficiência, dentro da Tríade da Implantação de Projetos (Qualidade, Prazo e Custo), são fatores essenciais para suprir essas demandas.
No que se refere ao crescimento econômico, salvo alguma mudança drástica, este virá pela própria necessidade global.
O Brasil é essencialmente um país exportador de commodities, com sua economia alicerçada no agronegócio (alimentos) e na mineração (insumos fundamentais para a indústria).
Contudo, estamos vivenciando um período crítico no que tange à liderança empresarial, à delegação de responsabilidades ao longo de toda a estrutura organizacional e, consequentemente, à estagnação de ações e tomadas de decisão. Trata-se do verdadeiro “Apagão das Canetas” nos setores públicos (como afirmou Bruno Dantas, ministro-presidente do TCU) e privado (fato facilmente observável ao acompanhar diversas empresas de diferentes setores).
É a “infantilização da mão de obra” mencionada pelo mesmo ministro do TCU ao se referir a gestores públicos em recente texto publicado na mídia.
Alguns especialistas em comportamento atribuem essa realidade às características específicas de cada geração (Baby boomers, X, Y, Z, Alpha, entre outras).
Independentemente dessas classificações, o fato é que estamos sofrendo as consequências da ausência de líderes que assumam responsabilidades e exerçam seu verdadeiro papel, tanto na sociedade civil quanto no mundo corporativo.
Tem-se observado, com frequência, a transferência de responsabilidades por meio de mensagens de WhatsApp e e-mails. Parece que, ao encaminhar uma mensagem a terceiros (superiores ou outras áreas da empresa) relatando uma situação ou solicitando apoio, o problema estaria automaticamente resolvido. Não está! Apenas se comunicou sua existência. A resolução demanda acompanhamento e, se necessário, cobranças.
Infelizmente, tal postura é cada vez mais rara. Essa atitude profissional está paralisando pessoas e empresas. Como se diz popularmente, “a cadeira está maior que a pessoa”. Poucos percebem estar nessa condição, mas muitos se encontram nela.
Esse é o cenário atual. Pessoas fora de suas atribuições e poucas empresas com uma Matriz de Responsabilidades e Alçadas de Decisão definidas e claras. Muitas sequer desejam tê-las, preferindo dissipar decisões que jamais são efetivadas.
É urgente que superemos essa inércia decisória, pois, sem isso, não atingiremos nosso objetivo de crescimento sustentável.
Temos pressa.