Em 4 de setembro de 2024, a VLI, companhia de soluções logísticas que opera terminais, ferrovias e portos, responsável pela FCA – Ferrovia Centro-Atlântica, garantiu que continuará a operar o corredor Minas-Bahia até que um novo operador seja definido. O anúncio ocorreu após uma reunião organizada pela FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia. A reunião teve como objetivo discutir o futuro da operação ferroviária no trecho Minas-Bahia, que enfrenta incertezas devido à exclusão desse corredor do processo de renovação antecipada da concessão da FCA.
O Contexto da concessão
A concessão da FCA foi originalmente firmada em 1996 com prazo de 30 anos, com término previsto para 2026. Em 2015, a VLI protocolou junto à ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, o pedido de renovação antecipada da concessão. No entanto, o corredor Minas-Bahia foi excluído desse processo, o que gerou preocupações sobre a continuidade dos serviços e a eventual descontinuidade no transporte de cargas essenciais, especialmente dos setores químico e de mineração.
A malha ferroviária da FCA se estende por 7.856,8 quilômetros, cruzando diversos estados, incluindo Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, e o Distrito Federal. Ela é distribuída em vários corredores, sendo o Minas-Bahia um dos mais importantes para o transporte de produtos de alto valor econômico. A exclusão desse trecho da renovação antecipada levanta questões sobre o futuro da infraestrutura e da logística na região, especialmente em um cenário de crescente demanda por modernização do sistema de transporte ferroviário.
A Reunião com a FIEB
A FIEB, preocupada com o impacto que uma possível paralisação do corredor Minas-Bahia teria sobre a economia regional, convocou uma reunião para discutir alternativas. O encontro foi liderado pelo presidente da FIEB, e contou com a participação de importantes autoridades, representantes do governo estadual e de empresas que utilizam a ferrovia, além de técnicos do setor.
Durante a reunião, foram apresentados estudos que estão em andamento para embasar uma proposta de modernização da malha ferroviária da FCA, com ênfase nos trechos que não foram incluídos na renovação antecipada da concessão. O objetivo é garantir a continuidade e o aprimoramento dos serviços, buscando soluções que contemplem tanto os interesses do setor privado quanto a eficiência no transporte de cargas.
Compromisso da VLI
Após a reunião, a VLI se comprometeu com a continuidade das operações no corredor Minas-Bahia até que um novo operador assuma a malha. A VLI garantiu ainda que não haverá interrupção nos serviços, assegurando que as empresas que dependem da ferrovia poderão continuar utilizando o modal ferroviário até que uma solução definitiva seja encontrada.
Essa transição está sendo cuidadosamente monitorada, com audiências públicas previstas para discutir a renovação da concessão da FCA, onde serão debatidos os termos da renovação e as possíveis soluções para os trechos que não foram incluídos no processo de prorrogação.
Implicações para o setor de logística
O corredor Minas-Bahia desempenha um papel crucial no escoamento de produtos industrializados e matérias-primas, especialmente no setor de mineração e químico. Uma eventual descontinuidade no serviço poderia causar impactos na logística dessas indústrias, aumentando os custos de transporte e comprometendo a competitividade das empresas que dependem da ferrovia.
A exclusão do corredor Minas-Bahia da renovação da concessão levanta questionamentos sobre o futuro da infraestrutura ferroviária no Brasil, particularmente no que diz respeito à modernização e à eficiência do sistema.
Por isso a VLI se compromete em manter as operações enquanto se busca uma solução, ainda que isso seja visto como um alívio temporário, há uma expectativa crescente por um desfecho que garanta a continuidade dos serviços de forma estável e moderna.
[h2] Os próximos passos
As discussões sobre a renovação da concessão da FCA continuarão nos próximos meses, e enquanto isso, a VLI seguirá operando o corredor Minas-Bahia, proporcionando uma janela de tempo para que o governo e os setores envolvidos possam encontrar uma solução definitiva.
A modernização da malha ferroviária brasileira é uma demanda antiga e, com a crescente necessidade de competitividade, a eficiência do transporte de cargas por ferrovias é uma questão estratégica para o desenvolvimento econômico do país.